domingo, 29 de abril de 2012

A Via Algarviana entre Alte e Messines










Com alguma chuva à mistura, caminhamos mais 20 km na Via Algarviana. Foi a primeira vez que apanhamos alguma chuva, mas, mais uma vez, valeu a pena, pois se houve coisa que não faltou, foram os aromas fantásticos das nossas não menos fantásticas plantas aromáticas. Muitas estevas, pinheiros, murtas, tomilhos bela luz, entre muitas outras. Para adoçar ainda mais o ar, laranjais em plena floração. Sem dúvida, um privilégio para quem percorre estes caminhos...

sábado, 28 de abril de 2012

Breve passagem por Silves










Nos últimos dias, tenho andado um pouco desmotivado, mas tenho sempre alguma necessidade de registar em foto todo o que me rodeia, e embora tenha sempre boas imagens, sinto alguma dificuldade em escolher as melhores para publicar no blog.  
Hoje estive na cidade de Silves, e eis algumas coisas que me atraíram o olhar. Chamo a atenção para a intensa floração das árvores (Bauhinia purpurea e alba) que existem junto ao edifício da câmara, e para a pequena cria de cegonha, num dos muitos ninhos que a cidade acolhe.  Espero que gostem. 
Bom fim de semana.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Espartos, marioilas e chaminés dos anos 20...






 


Gosto cada vez mais da ideia de cultivar no jardim plantas que, para além do seu valor ornamental, possam, em parte, ajudar a conhecer melhor o passado desta região. Da mesma forma que podemos falar de uma chaminé tipicamente algarvia, como o caso das que mostro hoje, e têm que em comum o facto de terem sido construídas nos anos 20, também aprendemos muito sobre as raízes culturais de uma determinada população pelo uso que faz das plantas locais.
Durante séculos, o trabalho com esparto (Stipa tenacissima) foi uma das principais atividades económicas, em muitas aldeias da serra e do barrocal algarvio. Esta planta, da família das gramíneas, cresce normalmente em terrenos pobres e incultos, e é muito resistente à falta de água, o que a faz perfeita para jardins de baixa manutenção. Também o seu passado, e a importância que teve na economia local, fazem dela uma planta quase obrigatória num jardim algarvio.
A segunda planta de hoje, com flores lilases, é a versão mais primitiva de um esfregão de panelas... As suas folhas, de textura aveludada, serviram, durante muito tempo, para ajudar no trabalho de limpeza dos utensílios na cozinha. A planta é conhecida por cá como "mariola" ou "marioila" (Phlomis purpurea). Usada num jardim, ao lado do esparto e de tantas outras plantas locais, permitiria uma abordagem à cultura, à história, às tradições desta região, servindo, igualmente, para as perpetuar.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Couve roxa no "le jardin" do Ludgero






Quando pensamos em couves, raramente pensamos em couves roxas, e associá-las a um jardim rochoso, ainda menos. Este é o "look" atual deste "jardin", depois de muitas alfaces cultivadas inicialmente, e que já fizeram a delícia de muita gente. Agora chegou a vez de apreciar estas belas couves roxas. A plantação, mais ou menos aleatória, por entre pedras e outras plantas, consegue fazer com que toda a atenção recaia sobre elas e, mais uma vez pelo insólito, são motivo de conversa...
Este é, cada vez mais, um "jardim/horta" que não só é contemplativo, como também alimenta, o que, nos dias que correm, dá muito jeito... Mas é claro que a escolha de legumes mais exóticos faz toda a diferença.

domingo, 22 de abril de 2012

De Salir a Alte, mais 16 km de caminhada











Este foi, sem dúvida, um dos mais belos percursos da Via Algarviana. Ao longo deste troço foi possível admirar algumas das mais velhas e impressionantes alfarrobeiras que existem por cá. Muitas delas estão ricamente "ajardinadas", com muitas rosas albardeiras (Paeonia broteroi) e Scilla peruviana. A forma retorcida e fantástica dos troncos, que estão muitas vezes camuflados entre muros de pedra e grandes rochas esburacadas, combinados com estas flores da flora autóctone que crescem à volta, são, a meu ver, um dos mais belos cartões de visita que, nesta altura do ano, o interior do Algarve pode oferecer.
Terminamos a caminhada junto a uma queda de água em Alte (Loulé), conhecida como a Queda do Vigário, mais um daqueles locais pouco conhecidos e de que eu gosto muito.
Espero que estas minhas fotos possam convencê-los a participar, um dia destes, nesta aventura que está a ser, o de atravessar o interior do Algarve.

sábado, 21 de abril de 2012

Mais algumas fotos do dia...







Estas são mais algumas belezas possíveis num jardim com baixo consumo de água. Ao longo dos últimos anos, tenho trabalhado nesse sentido, aproveitado as sombras de algumas árvores, aplicando casca de pinheiro, e usando telas para jardim, a fim de conservar a humidade do solo, adicionado composto à terra, etc...
Alguma da água que sou obrigado a gastar, destina-se a regar árvores de fruto, que são parte integrante do jardim. Consigo ter fruta o ano inteiro, com a vantagem de as árvores proporcionarem muita sombra nos meses mais quentes. A localização para estas árvores, sobretudo as mais novas, teve em conta as várias áreas para refeições de que o jardim dispõe, dado que o meu conceito favorito é ter fruta madura sempre à mão... Por ex., quando almoçamos junto de uma romãzeira em setembro, é quase certo que a romã será a sobremesa. Acho difícil ser mais ecológico... 
Penso  ter conseguido criar um espaço rico em cor e bastante aromático, que combina muitas das nossas plantas autóctones com aquilo que existe de mais exótico, e que está igualmente adaptado a este clima. Isto para não falar de toda a rica fauna que habita o espaço. 
Está aqui a prova de como é possível um jardim verde (e é algo que não me canso de dizer), sem abusar no consumo de água, com uma média de consumo de mil litros por semana, durante os meses mais quentes (recordo que a área é de mil metros). 
Bom fim de semana.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Calças de cuco" e o muro da Catita






É sempre interessante constatar como um pais tão pequeno possui tantos nomes para a mesma planta, e um exemplo disso são os tão comuns Gladiolus illyricus, que por cá crescem, um pouco por toda a parte, e em especial nas nossas searas. No Algarve, por exemplo, são conhecidos como "calças de cuco", enquanto que  em Sintra são cristas de galo, e no Alentejo são espadanas das searas. E estes são apenas alguns nomes entre tantos outros. Tenho alguns no jardim que todos os anos, por esta altura, dão um ar da sua graça...
Nos últimos dias, tenho andado de volta da construção do muro, que agora está, talvez, na fase mais interessante, que envolve a aplicação do reboco irregular que, depois de seco, irá abdicar de pinturas. Tenho usado, também, velhas telhas de canudo para rematar o muro. Mais umas semanas e acho que termino esta primeira fase de construção.
O belo campo de papoilas vermelhas, quero oferecê-lo a todos os amigos do blog...